História da Gráfica: tudo começa com a origem do papel e do livro

Todos sabemos o que é uma gráfica, mesmo que por vezes não reconheçamos o devido valor destas empresas. Para quem não está familiarizado com este modelo de negócio, uma gráfica é uma entidade prestadora de serviços que executa impressões de produtos. O processo, como bem sabemos, tem como base transferir tinta para um substrato (papel, cartolina, plásticos, etc..) através de um sistema de impressão, como off-set, digital, rotogravura, flexografia e outros.

Tratando-se esta de uma indústria extremamente associado ao Marketing – dada a sua associação à impressão de cartões de visita, flyers, cartazes, entre outros – as gráficas têm um elevado volume de negócios proveniente de vendas efetuadas a outras empresas, que se fazem valer dos impressos para divulgar a sua marca.

Por essa razão, hoje percebi que a gráfica conta com uma história muito vasta, ligada a muitas áreas do nosso mundo, e que desde os dias da Antiguidade foi evoluindo e adaptando-se para chegar às grandes máquinas que hoje otimizam o processo de impressão. Numa tentativa de escrever um artigo a compilar toda esta história e evolução, percebi que a informação era realmente muita e, portanto, decidi elaborar uma série de artigos que documentam a impressão.

Neste primeiro artigo, foco-me apenas na história da gráfica e impressão até aos dias em que um Johannes Gutenberg inventou a técnica que viria revolucionar a impressão de uma forma drástica. No entanto, até esse dia, formas rudimentares de algo que mais tarde veio dar origem à impressão já eram usadas. É sobre tais técnicas que falo nos próximos parágrafos.

História da Gráfica: desde os dias da Mesopotâmia ao papel na Europa

De toda a informação da Antiguidade que chegou aos dias de hoje, há registos de que por volta de 3000 mil anos antes de Cristo a civilização Mesopotâmia fazia uso de estruturas cilíndricas, com imagens neles esculpidas, que eram passadas em cima de barro para marcar este material com certas gravuras. Ainda que não envolvesse tinta, texto ou até mesmo papel, esta é uma primeira tentativa de reproduzir conteúdo de forma mecânica.

Mais tarde, já no século II depois de Cristo, um homem chamado Ts’ai Lun, na China, é creditado como o inventor do papel. Até à data o material preferencial para registos era o pergaminho, obtido através de peles de animais. Dada a sua durabilidade, o surgimento do papel vem impactar o mundo da escrita e da impressão, ainda que a sua utilização só se viesse a banalizar séculos mais tarde.

Um dos produtos que a impressão consegue executar, e que funciona quase como ex-libris desta arte é o objeto do livro. O livro, com a sua estrutura prática e intuitiva, permitiu a propagação e consumo de conhecimento por todo o mundo. No entanto, historiadores debateram-se durante anos para tentar perceber qual foi o primeiro livro feito pelo homem e a resposta, curiosamente, foi encontrada num túmulo do S. Cuthbert, situado na Catedral de Durham, na Grã Bretanha. Descoberto em 1104, o livro compila o Evangelho Segundo João em Latim e é creditado como o mais antigo livro da Europa (fotografia abaixo).

No século XII, o papel que tinha sido inventado dez séculos antes chega finalmente à Europa e começa a ser utilizado pelas cortes reais e instituições religiosas. Não muito mais tarde, já no século XIII, pequenas estruturas de bronze com caracteres foram desenvolvidas no Japão e na China, com a ideia de reproduzir texto impresso. A versão mais antiga que se conhece deste método remonta ao ano de 1397.

É então que chegamos ao século XV. Embora a técnica woodcut já estivesse em uso há séculos na China e no Japão, o mais antigo exemplar europeu conhecido data do início do século XV.

Para quem não conhece este termo, a woodcut era uma técnica de impressão de relevo em que texto e imagens são esculpidas na superfície de um bloco de madeira.  As peças de impressão permanecem niveladas com a superfície enquanto as peças não impressas são removidas, tipicamente com uma faca ou um cinzel. O bloco de madeira é então inserido e o substrato pressionado contra o bloco de madeira. A tinta, feita de fuligem de lâmpadas de óleo, é misturada com verniz ou óleo de linhaça fervido para fixar a impressão.

Por esta altura, os livros ainda são raros, uma vez que continuavam a ser laboriosamente escritos à mão por escribas e iluministas. A Universidade de Cambridge tinha, na altura, uma das maiores bibliotecas da Europa, com apenas 122 livros.

Os meios para a impressão e que mais tarde viriam a dar forma à gráfica encontram-se já na Europa. Na China e Japão, os avanços são já consideráveis. No entanto, tudo muda quando em 1436 um homem chamado Gutenberg começa a trabalhar numa técnica de impressão inovadora…

Mas essa já é uma história para outro dia!

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