A história do envelope: entenda as origens do envelope moderno

Todos nós sabemos o que é um envelope. Todos nós já utilizamos envelopes. E todos nós sabemos para que serve um envelope. O que nem todos sabemos é como surgiu o envelope. Há certas coisas que fazem parte do nosso dia-a-dia, e que já estavam cá muito antes de nós chegarmos, que nem consideramos de onde vieram. No entanto, uma vez que este se trata de um blog sobre artes gráficas, pareceu-me adequado estudar melhor as origens do envelope e escrever um pouco sobre isso.

Um envelope, como sabemos, é uma coberta de papel ou outro material para guardar cartas, documentos ou impressos de qualquer outra natureza para enviar pelos correios. Tratando-se de um objeto prático e descartável, foi desenhado com o propósito de enviar informações para um determinado destinatário.

Analisando a palavra envelope etimologicamente, percebemos que vem do francês “enveloppe” (e o seu empréstimo ao inglês “envelope”), termo esse que poderia ser introduzido para português como envoltório, ou seja, algo que envolve.

Mas onde começa a história do envelope? É nessa aventura através do tempo e da história que nos lançamos nos próximos parágrafos.

História do envelope: da antiguidade clássica a Nova Iorque

Segundo várias investigações realizadas ao envelope, temos de retroceder cerca de 4000 anos para começarmos a percorrer a história do envelope. Consta-se que o mais antigo “envelope” de que há testemunha foi feito de nada mais, nada menos que barro.

Tratava-se então de um revestimento de barro cozido do qual se serviam os babilónios, por volta do ano de 2000 A.C., para fazer selar mensagens oficiais que, estranhamente, eram feitas do mesmo material. A ideia é que o barro tornasse a mensagem “inviolável” até que chegasse às mãos do destinatário. Por esta altura, o conceito e necessidade de envelope começa a ganhar forma.

Porém, o envelope, tal como hoje o conhecemos, é um utensílio moderno. Os seus ascendentes são mais próximos: trata-se dos correios organizados, da substituição económica do pergaminho pelo papel e do predomínio da burguesia europeia. De forma natural, a necessidade de criar algo capaz de transportar missivas surge e não tarda a ganhar forma o envelope.

Na Idade Média há registos de que a carta era dobrada, mas é preciso esperar, por testemunhos escritas, até ao século XVII, para que a sociedade europeia veja a conveniência de vestir a carta num invólucro mais apropriado: Antoine de Courtin escreve que “o revestimento (“enveloppe”) de papel sobre o qual pôr a morada da carta é um sinal de respeito ao superior a quem se escreve”.

Por norma, este é considerado como o primeiro testemunho escrito da palavra “enveloppe” em referência ao objeto que deu lugar ao envelope moderno. Sendo a corte de França então a referência de moda para as classes dirigentes europeias, não é estranho que o “enveloppe” francês tenha cruzado o canal da Mancha até Inglaterra e que o nome tenha sido transportado para se enraizar na corte inglesa.

Muitas alterações, que vieram impactar a forma como usamos os envelopes, aconteceram então no século XVIII. Até esta altura os correios eram governados por pura anarquia, com cartas enviadas em todo o tipo de papéis, com moradas imprecisas e populações sem nomes nas ruas. Todavia, a Assembleia Francesa (1792) introduziu algumas mudanças, obrigando a pôr a morada do destinatário para que um agente governativo não tivesse que abrir o papel para conhecer a quem se dirigia a carta. Cerca de três décadas mais tarde, a 26 de Fevereiro de 1820, a Assembleia Constituinte francesa decidiu racionalizar o território em departamentos e dar nome às ruas de Paris e rotula-las. Mas até 1830 não começou a distribuir-se o correio domiciliário.

Em 1837, Rowland Hill publicou em Londres uma brochura intitulada de Post Office Reform, its importance and practicability onde defendia que fosse introduzida uma cobertura uniforme para a distribuição. Assim apareceu o selo mais famoso da história: a rainha Vitória, retratada com 18 anos, que esteve vigente no Reino Unido durante os sessenta anos que durou o seu reinado.

Por essa época, a recuperação do correio em função do número de papéis foi uma barreira mental para a invenção do envelope como cobertura da carta. E foi o comprovativo de que o tráfego da correspondência se encarecia mais pela anarquia dos papeis do que pelo seu número, o que levou à ideia de que uma cobertura uniforme com espaço para a morada e franqueio facilitava o serviço de correios.

Assim se chegou em Inglaterra ao “envelope Mulready”. W. Mulready, membro da Royal Academy, que ganhou em 1840 um concurso oficial de ideias por uma cobertura padrão de franqueio pago. Fracassou pela sua estética cortesã, mas abriu um caminho de liberdade que tem perdurado até hoje. Entretanto, em 1848, em França, decidiu-se por decreto a obrigação de colar selos nos envelopes no ângulo superior direito dos objetos franqueados.

Entretanto, não por acaso, em 1843, um tal Pierson em Fulton Street, em Nova Iorque, inventou um novo método para cortar papel: uma estrutura de aço que, uma vez cortado e engomado, conseguiria dar forma a envelopes com um formato industrial, antes impensável com procedimentos artesanais.

Durante todo o século XIX o envelope começa a proliferar na Europa e Estados Unidos, lado a lado com engenhos criadores de procedimentos mecânicos de fabrico que passam do manual a processos mecanizados, aplicando soluções da industria gráfica a um produto mais complexo que um simples papel.

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